Lápis Mágico

Um castor dançarino

Um Castor com muita vontade de dançar, que precisa de ajuda e acabava por tê-la de todos os animais da floresta

Um castor dançarino, uma história inédita de Ana Silva

Estava um dia de primavera perfeito na floresta. Os pássaros chilreavam, as abelhas zumbiam, voando em ziguezagues e os coelhos dormitavam na sua toca depois tanto terem saltado pulado atrás das borboletas. A paz reinava na floresta até se começar a ouvir uns TUNS TUNS.

Como é natural, a bicharada ficou assustada.

– Perigo. Perigo! – gritaram imediatamente as tartarugas, que são das mais assustadiças.

– Criii, Criii, ai que medo! – diziam já meios perdidos os grilos.

– Calma, calma, pessoal. O barulho parou. - Avisou a Lebre que era mais corajosa e ponderada.

Nesse momento, ouviu-se novamente: Tum Tum Tum.

Os animais estavam em alvoroço. Reuniram-se na clareira os coelhos, os patos bravos, as raposas, as tartarugas e as lebres, mais os pardais, os cucos, as pombas e outros que tais.

Piu-piu, piu-piu!

Crii, Crii!

Rrrrrr!

Qua, quaáa!

Quem chegasse, nesse momento, à floresta decerto pensaria tratar-se de uma sinfonia. Até era agradável de se ouvir, não fosse o medo estar presente em todos os animais.

– Ora bem, está na hora de irmos ver o que se passa. O som vem do lago por isso vou lá espreitar. Quem vem comigo? – Disse o Pato Bravo, corajosamente.

– Eu vou contigo.- respondeu a Lebre.

A Lebre e o Pato puseram-se a caminho, muito a medo, quando o barulho voltou a surgir. Chegaram ao lago e imediatamente perceberam de onde vinha o barulho.

O tontinho do Castor, batia e batia com as suas largas patas em cima de um grande tronco castanho. Era uma espécie de dança ruidosa.

– Olá, Castor. Que estás a fazer?

– Ah, olá amigos. Estou a ensaiar a minha dança da primavera.

– Dança da primavera?

– Sim, todos os anos, pela primavera, as famílias dos Castores fazem uma dança para dar as boas vindas à nossa estação preferida. E tenho muito que ensaiar porque, no ano passado, enganei-me e caí em cima do meu irmão. Ele ficou furioso e todos gozaram comigo.

E nesta altura, a vozita do castor tornou-se embargada de emoção.

O Pato e a Lebre perceberam que o Castor estava mesmo triste e disseram-lhe:

– Anda daí. Vamos-te ajudar, mas primeiro temos que avisar os animais da floresta que não precisam de estar assustados, pois o barulho vem de um castor dançarino.

– Peço desculpa se vos assustei. Não era minha intenção. – Respondeu o Castor.

Os três chegaram rapidamente à clareira onde se encontravam os restantes animais.

– Amiguinhos, o nosso mistério está resolvido! Era o castor que estava a treinar para a Dança da Primavera e precisa da nossa ajuda para ensaiar a coreografia. Abelhas, pardais, cucos preparem-se para chilrear. Abelhinhas, toca a zumbir. – E nós, podemos ajudar nos passos! – disseram os coelhinhos ansiosos por dar uns pulos.

– Vamos lá, força. – Incentivou o Pato.

E assim foi. Se fossemos à floresta, nesse dia, íamos ficar espantados com os preparos que lá se faziam. Todos os animais a dançar e cantar como se fosse uma bela festa.

E, claro, o Castor ensaiou tanto que se tornou o melhor dançarino da família e até foi convidado para fazer espetáculos para outras famílias.

Finalmente, era um verdadeiro Castor Dançarino.

Ana Silva, 2020. Lápis Mágico

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