Uma vez um cão roubou um osso ao carniceiro. Depois fugiu pela rua abaixo a toda a velocidade, atravessou a aldeia e as colinas e foi ter a uma ponte de madeira sobre um rio.
Parou em cima dela, ofegante e olhou a água limpa e deu um pulo de espanto. A olhar para ele debaixo da água estava outro cão. E o outro cão também tinha um grande osso na boca. O primeiro cão ladrou furiosamente para o outro cão e este ladrou furioso para ele.
O primeiro cão sentiu crescer-lhe água na boca.
“Se eu apanhasse aquele osso- pensou ele, cheio de cobiça- podia comê-lo agora e guardar o meu para mais tarde. Conheço um sítio bom para o enterrar. Além disso, aquele osso parece melhor do que o meu. tem mais carne agarrada.”
O primeiro cão rosnou, e o cão que estava na água mostrou também os dentes e parecia querer atacá-lo.
- Queres guerra, ah? - ladrou o primeiro cão, e abriu a boca para tirar o osso ao segundo cão.
Zás! O osso do primeiro cão caiu no regato e foi arrastado pela corrente. Ladrando furiosamente, o cão debruçou-se para atacar mas quando o osso caiu na água, o segundo cão desapareceu e o osso desapareceu com ele. E, conforme a água voltava a alisar-se, o cão ficava cheio de espanto - de fome-, olhando para a sua própria imagem refletida no regato.
Moral da história: Quem tudo quer, tudo perde.
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