Lápis Mágico

A Panela Mágica

A Panela Mágica é um conto tradicional sueco, adaptado do livro Palácio dos Contos

A Panela Mágica, conto tradicional sueco

Era uma vez um homem e uma mulher que viviam no campo e eram tão pobres que apenas tinham uma vaca. Um dia, a mulher disse ao marido que a fosse vender.

Pelo caminho, ele cruzou-se com um velho que lhe perguntou se queria vender a vaca e quanto pedia por ela. O outro respondeu que não sabia, pois dependia do que lhe oferecessem.

  • Nesse caso, dá-ma - indicou o velho. - Em troca, receberás uma panela, mas não te arrependerás da troca.

O homem aceitou a panela e regressou a casa. Quando a mulher descobriu, ficou furiosa e acusou-o de se ter deixado ludibriar.

Indignada, pegou na panela, que era particularmente fina e bonita, e atirou-a para um canto da casa. Durante a noite, não conseguiu conciliar o sono, desgostosa por ter perdido a sua única vaca. De súbito, ouviu a panela dizer:

  • Agora, vou-me embora.

  • Sim, desaparece, panela azarenta! - grunhiu ela, viu-a sair pela a porta.

A panela seguiu até a um palácio de caça próximo e ficou diante da cozinha. De manhã, quando os cozinheiros apareceram, exclamaram:

  • Mas que panela tão bonita! Vai-nos ser muito útil, pois temos poucos utensílios de cozinha.

Levaram-na para dentro, deitaram-lhe água e juntaram carne e toucinho. Quando estava completamente cheia, a panela anunciou:

  • Agora, vou-me embora.

De repente, desapareceu e foi parar à mesa do casal pobre. Marido e mulher compreenderam então que se tratava de um autêntico tesouro e já não se arrependiam de a ter recebido em troca da vaca.

Comeram e, durante muitos dias, tudo lhes correu pelo melhor. Ela lavava a panela com tanto cuidado, que cada vez apresentava melhor aspeto. Uma noite, ouviu-a dizer de novo:

  • Agora, vou-me embora.

E a mulher respondeu:

  • Sim, vai, minha querida panela!

Esta partiu e desta vez colocou-se diante da porta do salão do palácio. Quando as serviçais que limpavam as pratas a viram, levaram-na consigo e meteram dentro toda a espécie de objetos daquele metal. De repente, a panela anunciou:

  • Agora, vou-me embora.

Pouco depois, aparecia no quarto do homem e da mulher, os quais se surpreenderam sobremaneira por existir uma riqueza tão imensa e, em particular, por haver chegado até eles. De uma assentada, libertavam-se de toda a miséria e preocupações.

Durante muito tempo, a panela permaneceu em cima da melhor mesa da casa, sempre com uma toalha lavada por baixo. Uma noite, voltou a dizer «Agora, vou-me embora» e foi postar-se diante dos aposentos do rei. O criado, ao ver o bonito utensílio abandonado, levou-o para o gabinete do monarca.

Na altura, celebrava-se uma festa grandiosa, com baile e a presença do rei, porém este sentiu-se indisposto e refugiou-se no gabinete e, ao ver a panela, supôs que a tinham colocado aí para satisfazer as suas necessidades.

Mas quando se preparava para a utilizar, ouviu-a dizer «Agora, vou-me embora», partindo velozmente e só se detendo ao encontrar-se no quarto do velho casal. No entanto, o rei seguira-a a correr e, estarrecido, viu-a desfazer-se em pedaços, assim que se deteve.

Quando se recompôs do susto, pediu aos dois camponeses que lhe obtivessem quanto antes um cavalo para poder regressar ao palácio. Prometeu que, se não contassem a ninguém a sua aventura, mandaria construir uma casa para eles. E assim foi.

O casal viveu ainda muitos anos feliz em toda aquela abundância, que devia agradecer, única e exclusivamente, à panela mágica.

(adaptado) Diederichs, U. (1999),O Palácio dos Contos, Lisboa: Círculo de Leitores


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